Olha quem resolvi aparecer de novo, depois de um tempão.
Primeiro, quero agradecer a Tai, por ter indicado meu livro pra vocês e se você leu, muito obrigada!
Segundo, quero dizer que a vida é uma loucura e eu ando tão... nem sei explicar que está difícil escrever coisas leve, curtas ou reflexivas para postar aqui e por isso eu não posto.
Por isso, peço perdão.
Estava pensando hoje em como tenho me tratado e resolvi trazer um pouco disso para vocês. Espero que não se identifiquem muito com o texto e se respeitem, mais do que eu tenho me respeitado.
Eu sou uma mulher!
Eu jamais toleraria convier com alguém que pensasse o que eu penso de mim às vezes.
Jamais admitiria conviver com alguém que dissesse o que as vezes eu digo pra mim mesma.
Ontem eu saí e estava me achando linda, hoje eu odiei o reflexo que eu vi no espelho. Eu não sou mais uma menina de quinze anos, chorando escondida por um amor bobo não correspondido. Preocupada com o futuro, tentando descobrir meu lugar no mundo, minha vocação, o que eu quero da vida.
Eu sou uma mulher.
Eu sou uma mulher de trinta e cinco anos, que já passou por tanta coisa, já aprendeu tanto, já mudou tanto.Meus cabelos começaram a esbranquiçar, eu tenho celulite, tenho estrias e não tenho o corpo perfeito. Meu rosto já tem marcas de expressão, minha pele não é mais tão lisa, perfeita e clara. Foram muitos dias de luta, de sol, de chuva, de vida que eu passei e eu não sou a mesma de vinte anos atrás.Por que eu fui bombardeada a vida toda com imagens que associam beleza a juventude? Por que eu acreditei nisso? Por que eu passei a vida buscando um padrão irreal e distante de mim e inconfortável, grande parte do tempo com o que eu sou? Por que me sujeito a isso?
Eu tenho aprendido a me amar, um processo longo, passo a passo, pequenos deles, todos os dias. Mas preciso lembrar de aprender a me respeitar também.
Eu jamais admitiria que alguém julgasse meu corpo como eu mesma julgo.
Meu corpo abriga minha alma, minha alma abriga meus sentimentos, minha alma acolhe.
Eu acolho meus amigos, eu enalteço, eu elogio, eu valorizo os outros, pelas conquistas, pelas qualidades, pelas coisas maravilhosas deles, que vão sempre além da aparência, mas mesmo sobre ela, eu julgo a beleza, não os defeitos.
Mas eu não acolho a mim mesma, eu não faço por mim, o que faço pelos meus amigos.
Eu me formei na faculdade, eu testei diferentes carreiras profissionais e estou me aventurando em mais uma. Eu convivo com estrabismo desde que nasci. Eu tive diastema, desde que me conheço por gente. Eu tenho diabetes a vinte anos. Eu tenho ansiedade e depressão. Mas eu ainda estou aqui. Lutando, vencendo, enfrentando desafios dia após dia.
Meu corpo aprendeu a vencer as dificuldades, a me avisar quando algo está errado, enfrentou e passou tanta coisa nesses anos, é natural que ele mude, envelheça e não seja mais tão jovial, o que não faz dele mais ou menos bonito.
Por que, então, é tão difícil aceitar que eu estou envelhecendo? Que eu tenho marcas e sinais? Que a minha pele não é lisa como a de um bebê?
Eu sou uma mulher, que preciso aprender a me acolher, me amar e me respeitar. Assim como respeito aos outros. Se eu não admitiria que ninguém pensasse, dissesse ou fizesse os julgamentos que eu faço comigo mesma, por que permito eu mesma fazer isso?
Eu sou uma mulher, não sou mais uma menina, passei por tanta coisa e preciso respeitar minha história.
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